Pages

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Coisas sobre a vida. Pobre de nós... Sua vida não vale um celular.

É impossível ficar calado sobre o facínora que matou Victor Hugo Deppman de 18 anos, para levar um celular. Vocês não vão ver nenhuma foto dele, é proibido. Vocês não verão nenhuma ONG aos berros acusando o assassino. E não adianta perguntar, nesse caso, onde estão o Wagner Moura, o Caetano Veloso, a Fernanda Montenegro, a Fernanda Torres, a Andrea Beltrão, o Marcelo Freixo, o Chico Alencar, o Jean Wyllys, a Érika Kokay, o Ivan Valente, todos, enfim, os puros que saem por aí ou chutando a porta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara ou dando selinho…Vocês não verão artistas famosos se beijando na boca para defender o pobre Victor Hugo. Verão apenas o filme de alguns minutos mostrando um rapaz chegando em casa e levando um tiro na cabeça. Digo sempre, pobre de quem é branco, homem, hétero e católico. Agora podemos acrescentar também aqueles que pagam faculdade e estão apenas chegando em casa.
Sabem quando o canalha que matou, na terça, dia 9, o estudante Victor Hugo Deppman faz 18 anos? Nesta sexta, dia 12. Ele só estava se despedindo da menoridade penal com um cadáver, a que as “crianças e os adolescentes” até 18 anos têm direito no Brasil. Um? Dois, dez, vinte, pouco importa… O ECA não estabelece um limite. Um assassino em série está protegido pelo texto, que, em seu Artigo 121, deixa claro: sob nenhuma hipótese alguém recolhido antes dos 18 pode continuar nessa condição depois dos 21. Para registro: sim, o assassino tem consciência do seu “direito” a cadáveres. Tanto é assim que foi se apresentar à Fundação Casa, não à polícia. Pobre de nós...