É impossível ficar calado sobre o facínora que matou Victor Hugo Deppman de 18 anos, para levar um celular. Vocês não vão ver nenhuma foto dele, é proibido. Vocês não verão nenhuma ONG aos berros acusando o assassino. E não adianta perguntar, nesse caso, onde
estão o Wagner Moura, o Caetano Veloso, a Fernanda Montenegro, a
Fernanda Torres, a Andrea Beltrão, o Marcelo Freixo, o Chico Alencar, o
Jean Wyllys, a Érika Kokay, o Ivan Valente, todos, enfim, os puros
que saem por aí ou chutando a porta da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara ou dando selinho…Vocês não verão artistas famosos se beijando na boca para defender o pobre Victor Hugo. Verão apenas o filme de alguns minutos mostrando um rapaz chegando em casa e levando um tiro na cabeça. Digo sempre, pobre de quem é branco, homem, hétero e católico. Agora podemos acrescentar também aqueles que pagam faculdade e estão apenas chegando em casa.
Sabem quando o canalha que matou, na
terça, dia 9, o estudante Victor Hugo Deppman faz 18 anos? Nesta sexta,
dia 12. Ele só estava se despedindo da menoridade penal com um cadáver, a
que as “crianças e os adolescentes” até 18 anos têm direito no Brasil.
Um? Dois, dez, vinte, pouco importa… O ECA não estabelece um limite. Um
assassino em série está protegido pelo texto, que, em seu Artigo 121,
deixa claro: sob nenhuma hipótese alguém recolhido antes dos 18 pode
continuar nessa condição depois dos 21. Para registro: sim, o assassino tem
consciência do seu “direito” a cadáveres. Tanto é assim que foi se
apresentar à Fundação Casa, não à polícia. Pobre de nós...