O Facebook é um lugar onde as pessoas mostram o seu pior. Normalmente seus sentimentos ali demonstrados não são verdadeiros. Elas as vezes nem sabem disso, mas a respeito da foto acima fiquei chocado com as manifestações. Iam da graça até a humilhação do coitado que nem sabiam quem era. As redes sociais são fulminantes, captam o fato, julgam e divulgam.
Antes a descrição da cena e uma declaração: não fiz qualquer comentário no Facebook para não criar aquele debate idiota das redes sociais. Ficaria tudo ainda mais ridículo do que já foi. Aqui é meu confessionário, escrevo o que quero e as pessoas que entram no meu blog não tem como reclamar nem eu fico sabendo do seu agrado ou desagrado ( e olha que são milhares por mês e do mundo todo).
Mas vamos lá:
Pois aquela cena mexeu comigo. Entrei, vi uma pessoa absolutamente normal numa mesa e minutos depois a cena acima. Durante todo o meu jantar apenas fiquei curioso do desfecho. Em nenhum momento pensei em chamar o garçom e pedir para ver se aquela pessoa estava passando mal ou precisando de alguma coisa. Meu comportamento foi quase como se aquela cena não fosse o prenúncio de um final muito ruim. Outra versão para a cena seria ele ser acordado e se desculpar dizendo que tinha tomado um remédio novo que deve ter causado aquilo nele. Iria ao banheiro, lavaria o rosto, voltaria e antes de pedir o jantar teria me agradecido pela atenção que tive com ele. Portanto, nem um pouco idiota ou outros adjetivos que teve na rede. Mas nunca saberemos, vamos ficar apenas com o prejulgamento e a minha vergonha de não lhe ter dado, pelo menos, a chance de não ter parecido ridículo diante dos outros.
Qualquer outro desfecho e julgamento para a cena é digno de pena, inclusive o meu descaso.
Agora uma história que me contou uma pessoa que cresce como ser humano mesmo quando erra.
Não sei o que é pior, se nossa indiferença com o ser humano ou nossa arrogância diante dos fatos que julgamos inferiores e portanto temos a certeza que nunca acontecerão conosco. Uma pessoa vinha pela rua e pressentindo um atropelamento muda de trajeto para não ver o acontecido. A infeliz pedestre fica no asfalto por horas aguardando um atendimento. Na manhã seguinte sua melhor amiga não chega para o trabalho e lhe informam que havia sido atropelada e pela demora no atendimento estava em estado gravíssimo no hospital. Sim, a pedestre de ontem era sua melhor amiga de hoje, em comum apenas o remorso de não ter atendido o "próximo"que no caso era "muito próximo e querido". Mas se estamos tanto querendo salvar os beagles, que tal começar olhando para a pessoa da mesa ao lado.
