Por que eu não estou surpreso? De acordo com Lauro Jardim, da VEJA, os planos de instalar uma fábrica de iPads no Brasil estão indo de mal a pior: prometido para começar a funcionar em setembro (isso depois da promessa inicial de tudo estar pronto em julho), tal empreendimento ainda precisa de sócios e investimento para poder sair do papel.
Aparentemente o governo brasileiro esperava que os chineses financiassem a maior parte dos US$12 bilhões, enquanto os chineses esperavam que o BNDES entrasse como sócio majoritário. Soa quase como aquelas situações de “Estou esperando por você para podermos sair”, “E eu estava esperando você!” Outra coisa que atrapalhou foi o fato de as bolsas de valores terem decidido praticar salto ornamental justo agora, o que sabotou de vez os planos de conseguir dinheiro com uma abertura de capital.
Parece que vai ser bem difícil a promessa de Aloizio Mercadante se concretizar: nosso Natal cheio de tablets nacionais talvez ocorra daqui a alguns anos, mas em 2011… hmmm, definitivamente não vai rolar. Mas há uma esperança para nos equiparmos com tablets baratas: quem sabe a HP não despeja os TouchPads encalhados dela aqui no Brasil — afinal de contas, neste fim de semana eles estão sendo vendidos lá fora por US$100 (isso não é o desconto: é o preço!). Mesmo com os nossos tradicionais 100% de impostos, eles chegariam aqui por um preço condizente com a realidade brasileira e até que dão pro gasto.
Quem quiser iPads, bem, que importe ou pague o extra do Brasil — duas opções que não parecem ofender nem um pouco os salários de nossos políticos (menos os dos mineiros, que querem ter seus iPads custeados pelo dinheiro do povo).
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